O Ministério Público do Rio de Janeiro encontrou indícios de que o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) utilizou a compra e venda de imóveis no Estado para lavar dinheiro. As movimentações irregulares foram observadas após o órgão pedir à Justiça a quebra do sigilo bancário e fiscal de 95 pessoas e empresas relacionadas ao parlamentar. De acordo com os promotores, entre 2010 e 2017, Flávio lucrou R$ 3,089 milhões em transações bancárias quando ainda era deputado estadual. Há suspeitas de subfaturamento nas compras e superfaturamento nas vendas. Nesse período, ele chegou a investir R$ 9,425 milhões na compra de 19 imóveis, entre salas e apartamentos.

 

A Revista VEJA divulgou que teve acesso às 87 páginas do documento que embasou o pedido de quebra de sigilo. Na solicitação, o Ministério Público aponta que a suposta fraude pode ter ocorrido para “simular ganhos de capital fictícios” que disfarçariam “o enriquecimento ilícito decorrente dos desvios de recursos” da Assembleia Legislativa do Rio. Um dos imóveis, por exemplo, foi adquirido em 27 de novembro de 2012 por R$ 140 mil. Era um apartamento na Avenida Prado Júnior, em Copacabana, na Zona Sul carioca. Quase um ano e meio depois, ele vendeu o imóvel por R$ 550 mil, chegando a um lucro de quase 300%.