A mãe do menino Lucas Terra, espancado e queimado vivo com 14 anos em 2001 disse nessa quarta-feira (18/9) estar feliz. Isso porque uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) fará com que os pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda vão a juri popular.
O processo tinha sido parado após uma decisão do ministro Carlos Lewandowski, que considerou “ausência de fundamentação adequada”. Agora, o processo foi submetido a uma nova votação no STF, onde a atualização do caso foi aprovada quase por unanimidade. “Deram um tiro no pé, porque a decisão do ministro Lewandowski foi paralisada pela ministra Carmem Lucia. Uma mulher, uma mãe, que teve a coragem de mudar essa caminhada, teve a coragem de nos trazer a vitória. Eu tô muito feliz!”, afirma Marion.
O pai do jovem, José Carlos Terra, morreu em fevereiro deste ano, sem conseguir ver o julgamento final do filho. Outro pastor da igreja, Silvio Galiza, foi condenado após julgamentos em 2004 e 2005, mas a denúncia de Fernando Aparecido e Joel Miranda só foi oferecida pelo Ministério Público em 2008. “Eu acredito que a justiça agora vai ser feita. Se deus quiser, vamos fechar agora esse ciclo de impunidades através da condenação deles”, diz a mãe da vítima.
Com a decisão no STF, os dois pastores acusados irão a juri popular mais de 18 anos após o crime. Marion Terra comemorou a decisão. “Pra mim, só o juri me basta. Não importa se eles vão ser presos, não importa pra onde eles vão, mas importa tudo aquilo que eles lutaram para não sentar no banco dos réus. Hoje eles vão sentar, não tem mais escapatória”.