Acampamento de moradores de rua no Largo de São Francisco, no Centro do Rio Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
Acampamento de moradores de rua no Largo de São Francisco, no Centro do Rio Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

RIO – O Brasil, que já é um dos 15 países mais desiguais do mundo, conseguiu ver a concentração de renda aumentar fortemente no ano passado, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra Domicílios Contínua (Pnadc), que trata de todas as fontes de rendimento, divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE. Por qualquer medida que se use, os mais ricos no país concentraram renda, enquanto os mais pobres sofreram com queda na renda e nas condições de vida.

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A renda média do 1% dos trabalhadores mais ricos subiu de R$ 25.593 para R$ 27.744, alta de 8,4%. Já entre os 5% mais pobres, o rendimento do trabalho caiu 3,2%. Nesse grupo, o ganho mensal baixou de R$ 158 para R$ 153.

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Com isso, o Índice de Gini, que mede a concentração de renda e, quanto mais perto de 1, pior, subiu de 0,538 para 0,545, considerando todas as rendas das famílias – trabalho, aposentadorias, pensões, aluguéis, Bolsa Família e outros benefícios sociais. É o maior Gini desde 2012.

No mercado de trabalho, a concentração também aumentou. O Índice de Gini da renda do trabalho subiu de 0,501 para 0,509, a maior taxa desde 2012.

E, apesar da piora na desigualdade, a cobertura do Bolsa Família caiu nos últimos anos , mostra o estudo do IBGE.

 

 

O Globo