A direção do Hospital Regional Costa do Cacau, em Ilhéus, promoveu a segunda reunião do Conselho Comunitário, formado por representantes dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), administração da unidade, povos originários, Maçonaria, Câmara dos Dirigentes Lojistas de Ilhéus (CDL) e Igreja Católica. No encontro, a equipe técnica apresentou dados do fluxo de atendimentos no primeiro trimestre deste ano.

Nesse período, o setor de emergência do Hospital funcionou sobrecarregado, com ocupação acima de 100%. Segundo o balanço, o Costa já chegou a ter mais de 120 pacientes num local feito para acolher 45.



Ouvido pelo PIMENTA, o médico intensivista Egídio Feitosa Filho, diretor técnico do Hospital, afirmou que o setor funciona com alto desempenho, sob os cuidados de diversos profissionais. “É uma emergência com qualidade, do SUS, que tem todas as especialidades médicas e cirúrgicas. Temos neurocirurgião, cirurgião vascular, urologista, cirurgião geral etc.”.

Apesar da capacitação da equipe, segundo o diretor, a emergência é o maior desafio no cotidiano do Hospital. Porém, os casos são resolvidos de forma satisfatória, afirma. “No final, temos uma avaliação muito positiva, mas ainda é um lugar que precisamos criar uma dinâmica para melhor atender a essas pessoas, por conta de um volume grande de pacientes”.

De acordo com a direção do HRCC, a Secretaria da Saúde da Bahia contratou 36 leitos de retaguarda no Hospital São José, em Ilhéus, para receber casos menos graves. No entanto, tem havido dificuldades para transferir pacientes para a instituição privada, problema já notificado à Sesab.

REGULAÇÃO PRÉVIA



A equipe do Hospital Regional Costa do Cacau dialoga com as secretarias municipais de Saúde dos 91 municípios pactuados com a unidade, visando racionalizar o procedimento para o envio de pacientes. O principal objetivo é assegurar a regulação prévia. Segundo a direção, o Costa já recebeu 40 ambulâncias sem qualquer tipo de informação prévia em um só dia. Após diálogo com as prefeituras, mediado pelo Ministério Público da Bahia, o problema tem sido atenuado.

– Temos em torno de 53% dos atendimentos demandados por municípios sem regulação prévia. Apesar da porta aberta, precisamos de comunicação prévia, inclusive para o Hospital estar preparado para receber o paciente. Na grande maioria, os municípios pequenos não têm estrutura adequada de atendimento e vêm, sim, pacientes classificados como azul e verde, o que deveria ter sido resolvido lá [na cidade de origem do caso] – explicou o diretor Egídio Feitosa Filho.

REUNIÕES A CADA 90 DIAS

O médico ressaltou que as reuniões do Conselho Comunitário serão organizadas a cada 90 dias, para que o Hospital e a comunidade tenham interlocução direta. “Aqui a gente mostra o que acontece no Hospital. Trazemos os números, os atendimentos e qual foi a mudança que o Hospital trouxe para a nossa região. Mas o Conselho também está aqui para receber as demandas, para que a gente possa abraçar e tentar ajudar”.

Do Blog Pimenta