Durante coletiva à imprensa, a PF confirmou que foram cumpridos alguns mandados. Dentre os presos, está um ex-prefeito da cidade de Ribeirão do Largo, no sudoeste da Bahia, que não teve o nome divulgado.
Também houve prisões de ex-secretários, ex-vereadores (entre eles um ex-presidente de câmara municipal), assessores de ex-vereadores, ex-assessor de um deputado federal e empresários. Outros dois ex-prefeitos de municípios da região sudoeste são investigados e serão ouvidos pela PF a partir de segunda-feira.
A Polícia Federal não detalhou onde cada um dos mandados de prisão foi cumprido e citou apenas as cidades de Mata Verde (MG), Porto Seguro e Vitória da Conquista.
A operação Lateronis tem objetivo de combater crimes de desvio de recursos públicos destinados à área da educação no centro-sul baiano. Um grupo formado por políticos e empresários locais, além de servidores, fraudava licitações, principalmente em contratos na área de educação, para desviar recursos públicos.
Os contratos fraudados somam cerca de R$ 132 milhões, dos quais R$ 45 milhões teriam sido desviados. Este valor de R$ 45 millhões foi bloqueado das contas de investigados, de acordo com a CGU.
Os mandados estão sendo cumpridos nas cidades baianas de Barra do Choça, Cândido Sales, Condeúba, Encruzilhada, Ribeirão do Largo, Gandu, Itambé, Jequié, Piripá, Vitória da Conquista, Tanhaçu, Ipirá, Salvador, Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e Formosa do Rio Preto. Em Minas Gerais, a operação ocorre na cidade de Mata Verde.
Em uma das cidades, que não foi divulgada, o delegado da PF, Rodrigo Kolbe, disse que investigados chegaram a se esconder debaixo de uma mesa da prefeitura durante uma visita de agentes da CGU no processo de apuração de irregularidades.
“Chegou ao absurdo de, quando a CGU chegou na prefeitura, como eles estavam reunidos, se esconderam. Ficaram escondidos debaixo da mesa, para que a CGU não visse eles juntos”.
A operação conta com a participação de 160 policiais federais e 16 auditores da CGU. A PF divulgou que dinheiro e uma arma foram apreendidos na operação, mas não foi detalhado onde e com quem o material foi encontrado. Foram ainda quatro carros apreendidos, inclusive um de luxo.
Na capital baiana, agentes da PF chegaram em um carro com malotes, na sede da superintendência da polícia. Também não foi divulgado o que foi apreendido em Salvador.