Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump realizaram neste domingo (26) sua primeira reunião presencial, em um encontro em Kuala Lumpur, na Malásia, que durou cerca de 50 minutos e buscou destravar impasses comerciais e diplomáticos entre os dois países. O tom foi de respeito mútuo e otimismo, com anúncio de que as equipes técnicas se reunirão “imediatamente” e de que há planos para visitas recíprocas.
Após o encontro, o presidente Lula usou suas redes sociais para classificar a conversa como “franca e construtiva”, centrada na agenda comercial e econômica bilateral. Ele afirmou que as equipes do Brasil e dos Estados Unidos devem se reunir em breve para avançar na busca de soluções para dois pontos sensíveis: as tarifas americanas sobre produtos brasileiros e as sanções da Lei Magnitsky aplicadas a autoridades do Judiciário brasileiro.
Disposição para Acordos “Bons para os Países”
Antes da reunião, o presidente Trump já havia sinalizado uma postura conciliatória. “É uma grande honra estar com o presidente do Brasil. É um grande país e eles estão indo muito bem até onde eu sei”, declarou o líder americano. Ele enfatizou que ambas as partes devem trabalhar em acordos que sejam “bons para os países” e destacou seu respeito por Lula.
Do lado brasileiro, a expectativa era positiva. Lula disse à imprensa que a reunião traria “boas notícias” e deixou clara sua visão: “Não há nenhuma razão para ter desavença entre Brasil e Estados Unidos”. O presidente brasileiro afirmou ter uma “longa pauta” a tratar com Trump e se mostrou otimista em relação à manutenção de uma relação “mais civilizada possível” entre as duas maiores economias das Américas.
Visitas Recíprocas Anunciadas
Um dos desdobramentos concretos do encontro foi anunciado pelo chanceler Mauro Vieira. Em declaração após a reunião, Vieira afirmou que “haverá visitas recíprocas”. Segundo ele, “Trump quer ir ao Brasil e Lula disse que irá com prazer aos Estados Unidos”. A confirmação de visitas de Estado sinaliza uma vontade política de aprofundar o diálogo em alto nível.
Agenda de Disputas Comerciais
A pauta econômica foi o centro das discussões. Durante a reunião, o presidente Lula pediu diretamente a suspensão das tarifas impostas pelos EUA a produtos brasileiros, um tema que tem afetado setores da indústria e do agronegócio do Brasil. Outro ponto delicado abordado foi a revogação das sanções da Lei Magnitsky aplicadas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), medidas que têm sido um entrave nas relações institucionais.
O encaminhamento dessas questões para discussão técnica imediata indica um caminho pragmático para resolver os contenciosos, evitando o agravamento de retaliações.
Sinal de Alívio nas Relações Bilaterais
O encontro em Kuala Lumpur representa um passo significativo para resetar a relação bilateral, que passou por períodos de tensão. A disposição demonstrada por ambos os líderes em dialogar e a agenda positiva traçada – com reuniões técnicas e planos de visitas – sugerem um novo capítulo, mais colaborativo, nas relações entre Brasília e Washington. A promessa de “boas notícias” feita por Lula parece estar começando a se concretizar.
Agravo
