O Corregedor da Câmara dos Deputados, deputado Diego Coronel (PSD-BA), encaminhou nesta sexta-feira (19) uma representação ao Conselho de Ética contra os deputados bolsonaristas que se amotinaram no plenário da Casa para tentar pautar o PL da Anistia.
Na representação, o corregedor da Casa estabelece as penalidades para cada parlamentar envolvido. Na maioria dos casos, foram aplicadas censuras escritas. Apenas quatro deputados tiveram seus mandatos suspensos.
Confira abaixo como ficaram as punições:
- Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) – Censura escrita
- Nikolas Ferreira (PL-MG) – Censura escrita
- Zucco (PL-RS) – Censura escrita
- Caroline de Toni (PL-SC) – Censura escrita
- Pr. Marco Feliciano (PL-SP) – Censura escrita
- Domingos Sávio (PL-MG) – Censura escrita
- Marcel van Hattem (Novo-RS) – Suspensão do mandato por 30 dias
- Zé Trovão (Novo-SC) – Suspensão do mandato por 30 dias
- Bia Kicis (PL-DF) – Censura escrita
- Carlos Jordy (PL-RJ) – Censura escrita
- Marcos Pollon (PL-MS) – Suspensão do mandato por 90 dias
- Paulo Bilynskyj (PL-SP) – Censura escrita
“Vergonha”: Sóstenes apanha de bolsonaristas após pedir perdão a Hugo Motta por mentir sobre anistia
Após se humilhar e pedir perdão a Hugo Motta (Republicanos-PB) por causa da mentira disseminada pelos deputados aliados, de que o fim do motim na Câmara se deu após acordo para votar o projeto da Anistia, o líder do PL Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) foi exposto e virou alvo de bolsonaristas nas redes sociais, que condenaram o que classificaram como “vergonha” dos parlamentares extremistas.
Parte do ecossistema bolsonarista nas redes sociais, a jornalista Fernanda Salles expôs o vídeo com o vexatório pedido de perdão em publicação nas redes e incitou um levante contra o pupilo de Silas Malafaia.
“Líder do PL pede perdão a Hugo Motta, fala em “calor do momento” e diz que vai poupar deputada que agrediu Nikolas porque, segundo ele, a coitadinha estava emocionalmente abalada”, ironizou ao divulgar o vídeo do líder na tribuna.
“Não fui correto. Te peço perdão pela tribuna da Câmara. Não fui correto no privado, mas faço questão de vir em público e te pedir perdão”, disse Sóstenes a Motta no discurso em que prega “uma reconciliação desta casa”.
A humilhação do líder bolsonarista causou revolta entre apoiadores, com muitos dizendo que iriam abandonar a ultradireita e deixar de ir nos atos em favor do ex-presidente, cada dia mais esvaziados diante das contradições da cúpula neofascista.
“São por essas coisas que não vou mais em nenhuma passeata”, comentou um seguidor. “É uma vergonha Sóstenes”, emendou outro.
“Desisti dessa merda. Comecei a me movimentar para tirar a cidadania espanhola. Sei que fui burro em esperar tanto… mas pela minha família, meus amigos e todas as relações que construí; tentei manter a esperança até o fim. Parece que o fim já foi há alguns anos e eu não percebi”, emendou um terceiro.
“Cereja do péssimo bolo”
Sóstenes ainda provou do próprio veneno em seu perfil em publicação em que tenta desviar o foco atacando a esquerda e prenunciando o “apocalipse político”.
“Era a esquerda tentando fingir patriotismo e produtividade, tudo no mesmo dia. Se continuar assim, em breve vão citar a Constituição, pedir menos imposto e sair de verde e amarelo defendendo a liberdade. O apocalipse político começou. Preparem-se”, gracejou, recebendo uma avalanche de críticas.
“Porque pediu desculpa para o Mota?”, indagou uma seguidora.
Outra extremista afirmou que a “cereja do péssimo bolo” foi o líder do PL dizer que não vai representar contra a deputada Camila Jara (PT-MS), que tem 1,60m, está tratando um câncer e foi acusada falsamente por bolsonaristas de dar um soco em Nikolas Ferreira (PL-MG), que caiu durante a sessão na Câmara.
“Hoje eu testemunhei a vergonha de ver o senhor pedir perdão para o Hugo Motta, aceitar de cabeça baixa que não vai ter acordo nenhum e, cereja do péssimo bolo, dizer que o PL não iria representar aquela maluca que agrediu o Nikolas”, comentou. “É muita vergonha mesmo”, emendou outro extremista.
