Os funcionários da Biofábrica de Cacau após se reunir na empresa na manhã desta segunda (29) decidiram parar suas atividades por falta de pagamento de salários e melhores condições de trabalho.
Juíza Nearis dos Santos Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, durante a leitura das sentenças de Flávio dos Santos Rodrigues e Lucas Cézar dos Santos de Souza — Foto: Reprodução/ TV Globo
O julgamento
O pai adotivo do pastor Anderson do Carmo, de 81 anos, foi um dos primeiros a chegar no fórum de Niterói, no início da tarde desta terça-feira.
A delegada Barbara Lomba foi a primeira a ser ouvida durante o julgamento desta terça. Lomba afirmou que a ex-deputada federal foi a responsável por elaborar uma carta que responsabilizaria outros filhos pelo assassinato do pastor.
De acordo com o depoimento da delegada, a carta foi copiada por Lucas – filho afetivo da ex-deputada – a mando do filho biológico Flávio, quando os dois estavam presos na penitenciária Bandeira Stampa, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.
Flávio teria recebido a carta da esposa de outro detento, um ex-PM condenado a mais de 200 anos de prisão por ter participado da chacina da Baixada Fluminense.
O conteúdo da carta, disse a delegada, não esclarecia nada do crime, apenas tentava culpar outras pessoas da família de encomendar a morte do pastor.
Filha de Flordelis sobre ‘irmão’: ‘É uma pessoa ruim, mesmo’
Roberta dos Santos, filha registrada de Flordelis, foi a quinta pessoa a depor no julgamento de Flávio e Lucas. Segundo ela, Flávio, um dos dois filhos julgados nesta terça, é uma “pessoa ruim”.
Roberta contou que o “irmão” mais velho castigava os mais novos de forma rígida, às vezes os obrigando a ajoelhar em grãos de milho, virados para a parede.
A filha registrada de Flordelis, mas que fora criada por outros irmãos mais velhos, também contou ter presenciado uma surra dada por Flávio em um irmão surdo-mudo.
“Ele socava o estômago do Lucas”, relatou Roberta.
Flávio dos Santos Rodrigues, acusado de atirar no padrasto, foi condenado a 33 anos e dois meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, porte ilegal de arma, uso de documento ilegal e associação criminosa armada.
Já Lucas Cézar dos Santos Souza, apontado por comprar a arma do crime, foi condenado a sete anos e meio por homicídio triplamente qualificado. Sua pena foi reduzida por ter colaborado com as investigações.
O julgamento desta terça foi presidido pela juíza Nearis dos Santos Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, no Fórum da cidade. A defesa de Flávio afirmou que vai recorrer. Já os advogados de Lucas disseram concordar com a pena imposta ao cliente.
O julgamento da ex-deputada Flordelis e de outros sete acusados do crime ainda não tem data marcada. Ela foi denunciada como mandante do crime e responde por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.